O câncer de mama é uma das principais preocupações de saúde pública em todo o mundo, sendo o segundo tipo de tumor maligno mais incidente no Brasil segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Por isso, além das medidas tradicionais de rastreamento para a população geral, é importante adotar estratégias para detectar anomalias em indivíduos com alto risco de desenvolver essa doença, sendo a ressonância magnética (RM) uma ferramenta valiosa para esse fim.
Dessa forma, ainda que a RM não seja o exame de rotina recomendado para o rastreio do câncer de mama, esse é um método de imagem importante para complementar e investigar em detalhes os achados em exames tradicionais como a mamografia e o ultrassom.
Identificando o grupo de alto risco
Existem diversos fatores que aumentam o risco de uma mulher (ou mais raramente um homem) desenvolver câncer de mama. De forma geral, após os 40 anos todas as mulheres devem começar o rastreamento com a mamografia, porém, existe um grupo de alto risco que deve estar mais atento à doença e que tem indicação de realizar ressonância magnética para avaliação.
Fazem parte desse grupo as pessoas com:
- Histórico familiar de câncer de mama ou câncer de ovário;
- História familiar de câncer de mama em homem;
- Mutações genéticas conhecidas, principalmente nos genes BRCA1 e BRCA2;
- Menopausa tardia;
- Exposição a agrotóxicos ou benzenos;
- Exposição a terapias de radiação no tórax em idade jovem.
O papel da Ressonância Magnética
A ressonância magnética desempenha um papel fundamental no rastreamento do câncer de mama em pacientes de alto risco, pois é um exame que fornece imagens detalhadas e precisas do tecido mamário. Por meio dele, é possível detectar precocemente possíveis tumores ou anomalias nas mamas, permitindo um tratamento mais eficaz e menos invasivo.
Vale ressaltar que a ressonância magnética deve ser utilizada em casos específicos para a investigação da doença, principalmente por ser um exame de maior custo e complexidade. Porém, quando devidamente indicada, a RM tem uma taxa de detecção maior que 90%.
Intercalando exames
A eficácia da detecção precoce do câncer de mama é maximizada quando diferentes técnicas de imagem são utilizadas em conjunto, como a ressonância magnética, a mamografia e o ultrassom. Afinal, enquanto a mamografia é amplamente reconhecida como o principal método de triagem para a população em geral, a ressonância magnética é especialmente valiosa para pacientes de alto risco por fornecer uma visão mais detalhada e específica do tecido mamário.
Período indicado para rastreamento
Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o rastreamento para câncer de mama deve ser realizado com mamografia para todas as mulheres entre 40 e 74 anos.
Porém ainda que a ressonância magnética não seja indicada como método rotineiro, ela está indicada para casos de alto risco ou para o rastreio bienal em conjunto com a mamografia no caso de mulheres jovens e com mamas densas.
Além disso a Febrasgo também orienta que a RM seja realizada anualmente em mulheres com história pessoal de biópsia com hiperplasia lobular atípica (HLA), carcinoma lobular in situ clássico (CLIS) e hiperplasia ductal atípica (HDA). Essas indicações de rastreamento com ressonância magnética são baseadas no fato de que os avanços tecnológicos permitiram aumentar a sensibilidade desse exame na detecção de alguns tumores que, apesar de pequenos, são bastante significativos para a saúde da mulher.
Ou seja, a ressonância magnética consolidou-se como um exame fundamental em diversas áreas da medicina, tornando-se mais uma opção segura para investigar o câncer de mama em mulheres de alto risco.
Agende uma consulta com um especialista para saber mais sobre o rastreamento da doença em populações de alto risco.
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