A mamografia é o principal exame utilizado no rastreamento do câncer de mama, pois possibilita identificar anomalias antes que os sintomas se manifestem. Contudo, a precisão desse exame pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo a alta densidade mamária, situação em que pode ser necessário associar outros métodos de imagem.
Por isso, é importante compreender como a densidade mamária afeta a precisão desse exame e seus impactos no diagnóstico.
O que é densidade mamária?
A densidade mamária refere-se à quantidade de tecido fibroglandular das mamas em comparação com o tecido adiposo. Essa característica pode ser determinada pela mamografia e classificada em quatro categorias de acordo com o sistema BI-RADS (o mesmo sistema que padroniza os diagnósticos mamográficos). São elas:
- Categoria A: mamas quase inteiramente compostas por tecido adiposo, o que facilita a detecção de anomalias na mamografia;
- Categoria B: áreas esparsas de tecido fibroglandular, mas com a maior parte das mamas ainda sendo composta por tecido adiposo;
- Categoria C: mamas heterogeneamente densas, o que pode dificultar a detecção de anomalias e mascarar tumores ou outros sinais de câncer;
- Categoria D: mamas extremamente densas, sendo a maior parte composta por tecido fibroglandular.
Impacto da densidade mamária na mamografia
Na hora de avaliar uma mamografia, pode-se ver áreas escuras e áreas brancas na imagem capturada. As áreas mais escuras (pretas) são o tecido adiposo, e as áreas brancas são o tecido fibroglandular, mais denso. Em mulheres com mamas pouco densas, a imagem é predominantemente escura, o que gera contraste e facilita a detecção de nódulos ou outras irregularidades que aparecem em branco.
Porém, quanto maior a quantidade de tecido fibroglandular, mais branca é a imagem, o que reduz a sensibilidade da mamografia, ou seja, sua capacidade de detectar o câncer de mama. Afinal, em mamas densas o tecido fibroglandular pode esconder pequenos tumores.
Além disso, quanto maior a densidade, maior a taxa de falsos positivos. Isto significa que áreas normais de tecido denso podem ser confundidas com anomalias, levando a biópsias desnecessárias e ansiedade para a paciente.
Isso ocorre porque a sobreposição de tecidos densos pode criar sombras e áreas suspeitas na mamografia que não são cancerígenas, mas que exigem investigação adicional.
Ou seja, mulheres com mamas densas enfrentam maior dificuldade no diagnóstico e devem receber uma atenção médica especial, sendo muitas vezes necessário realizar a investigação com outros exames.
Importância da densidade mamária no rastreamento
A densidade mamária deve ser levada em consideração ao planejar o rastreamento do câncer de mama, pois fazer apenas a mamografia nessas pacientes pode causar atraso no diagnóstico e impactar o resultado do tratamento.
Assim, mulheres com mamas densas podem se beneficiar de exames adicionais, como a ressonância magnética ou a ultrassonografia, capazes de detectar anomalias que a mamografia pode não mostrar nestes casos
Além disso, elas devem ser informadas sobre o impacto da densidade mamária na precisão do exame e serem encorajadas a discutir as opções de rastreamento com seus médicos.
Uma comunicação aberta e clara pode ajudá-las a entender os riscos e benefícios dos diferentes métodos de rastreio e a tomar decisões informadas sobre sua saúde.
Ou seja, a densidade mamária é um fator que afeta o resultado da mamografia e, consequentemente, o diagnóstico do câncer de mama. Por isso, é fundamental que antes de realizar esse exame as mulheres conversem com um especialista sobre opções adicionais que possam ser indicadas para garantir os melhores resultados.
Não hesite em procurar um médico especializado para discutir a melhor estratégia de rastreamento para o seu caso específico. Entre em contato com a Dra. Sueli Rodrigues, médica radiologista especializada no cuidado feminino e tire todas as suas dúvidas.
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