Entenda como funciona a Biópsia de Mama

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Câncer de Mama é a principal causa de morte por neoplasia maligna na população feminina, sendo que essa condição é mais prevalente em regiões desenvolvidas, ou seja, justamente nos locais em que as técnicas de rastreamento e diagnóstico são mais difundidas e adequadamente implementadas.

No Brasil, a Mamografia é o método de escolha para rastrear o Câncer de Mama, visto que é o único exame com eficácia comprovada na redução de mortalidade. Assim, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) orienta que todas as mulheres entre 40 e 74 anos façam Mamografia anual para rastrear lesões possivelmente cancerígenas e, a depender dos resultados obtidos nesse exame, outras condutas de investigação podem ser indicadas, sendo uma delas a Biópsia de Mama. 

Porém, vale ressaltar que mulheres com alto risco para desenvolver o Câncer de Mama devem iniciar o rastreio antes dos 40 anos. Nesses casos, o ginecologista indicará o momento mais adequado. 

O que é Biópsia de Mama?

A Biópsia de Mama é o exame que confirma se a lesão encontrada na mama é, de fato, maligna (câncer), ou não. Para isso, amostras de tecido mamário são coletadas por agulha ou por cirurgia e enviadas a um laboratório, que vai analisar as características das células ali presentes, confirmar ou afastar a hipótese de malignidade e fornecer outras informações importantes para definir o tratamento mais adequado a cada paciente. 

Em quais casos é necessário realizar uma Biópsia Mamária?

A decisão por realizar ou não uma Biópsia de Mama é tomada de acordo com o resultado obtido no exame de imagem (mamografia e/ou ultrassom), que utiliza o método Bi-Rads para classificar os achados radiológicos segundo a probabilidade de malignidade e já definir a conduta. 

• Bi-Rads 0: exame inconclusivo, sendo indicado complementar a investigação com outra abordagem, como a ultrassonografia;
• Bi-Rads 1: exame normal, devendo manter o exame de rotina anual;
• Bi-Rads 2: achados benignos, devendo manter o exame de rotina anual;
• Bi-Rads 3: achados provavelmente benignos, devendo repetir o exame de rotina em 6 meses;
• Bi-Rads 4: achados suspeitos de malignidade, devendo realizar biópsia;
• Bi-Rads 5: achados altamente suspeitos de malignidade, devendo realizar biópsia;
• Bi-Rads 6: quando a biópsia já foi feita e confirmou o câncer.

Portanto, definiu-se que a Biópsia de Mama deve ser realizada em todas as mulheres com Bi-Rads 4 e 5, sendo que algumas pacientes com Bi-Rads 3 podem ter indicação de realizar a investigação, como aquelas que não terão a possibilidade de repetir o exame de rastreio em seis meses devido a uma viagem, por exemplo.

Tipos de Biópsia de Mama

Os tipos de Biópsia de Mama são divididos em duas categorias principais: os métodos cirúrgicos e os métodos percutâneos, sendo que os cirúrgicos têm sido cada vez menos utilizados, pois alguns fatores durante o próprio procedimento podem interferir na localização exata da lesão. 

Já os métodos percutâneos são:

• Punção aspirativa por agulha fina (PAAF): procedimento minimamente invasivo que coleta células da lesão;
• Biópsia de fragmentos ou core biopsy: utiliza-se uma agulha mais grossa, que permite coletar fragmentos maiores;
• Biópsia vácuo assistida ou mamotomia: também realizada com agulha grossa, possibilita a retirada de algumas lesões completas ou de diversos fragmentos de uma só vez.

Métodos utilizados para guiar a Biópsia

A escolha pelo método utilizado para guiar a Biópsia de Mama depende de fatores diversos, como as características da lesão, o quanto ela é visível, a disponibilidade de equipamentos e de profissionais, e onde está localizada. Atualmente, os métodos mais utilizados são:

• Palpação manual;
• Ultrassonografia;
• Ressonância magnética;
• Mamografia.

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